No ar última entrevista com os Ovos Presley - 07/06/2011

Entrevista : Ovos Presley - 07/06/2011 PARA O BLOG SUBZOMBIES...!!!


Após quase dezoito anos de existência, o Ovos Presley hoje é considerado um dos principais nomes do psychobilly nacional.
Conhecido como Cidadão Rancor, o baterista Rafael se mostrou bastante risonho e bateu um papo com a gente, às vésperas do tão esperado segundo disco da banda curitibana.

1-Este ano vocês completam 18 de banda, tendo tocado em diversos lugares do país. Quais os shows mais marcantes na trajetória do Ovos Presley?

Bom, é importante lembrar que eu entrei na banda em 2006 apenas, então faço parte de menos de um terço desta história. Mas eu sempre ouço comentários exaltados quanto à participação da banda numa edição do Goiânia Noise.

Eu destaco algumas participações no Psycho Carnival, pela importância sempre crescente do evento, mas confesso que gosto de shows pequenos, seja onde for, perto da galera, sem palco e em meio aos amigos!

Na real é complicado citar um ou outro show porque em dezoito anos MUITA coisa acontece. A gente tocou com muita gente foda e já rolou todo tipo de bizarrice! hahaha


2-Tem algum lugar onde ainda não tocaram que gostariam de tocar?

Porra, vários! Rio de Janeiro é um lugar que por algum motivo nunca rola. Rolou Niterói esses tempos, mas Rio mesmo, nunca!

Mas tem várias cidades mesmo que queremos conhecer ou voltar, e pretendemos fazer isso quando estivermos com o disco novo em mãos!


3-Como vocês encaram esse revival da onda psychobilly nos últimos anos? Acham que isso fortalece a cena ou banaliza?

RESP: Tá mesmo rolando um revival? Não sei se chego a perceber isso. Tenho impressão que já teve mais espaço na mídia, em SP principalmente, há alguns anos, e não sinto essa nova onda de bandas. Só a renovação normal que costuma acontecer, mantendo a média.

Mas não veria problema nisso. Quanto mais pessoas participando, melhor a coisa fica, são mais bandas, festivais maiores. A coisa só é banalizada quando se tenta vender um estereótipo ou um modelo pronto, e no Brasil não existe isso, as bandas e público são muito variados e sinceros.


4-Dificilmente os integrantes das bandas de psychobilly têm só isso como influência. O que mais vocês ouvem?
RESP: Bom, o Ademir é um cara que sempre gostou muito de blues e  rockabilly. o Wallace teve todo um envolvimento com a cena punk, mas  esteve sempre ligado ao psychobilly também, mas ele ouve muita coisa  por ter um estúdio de ensaios e gravações e por participar em fóruns de  música e cultura por aqui.
O Nei e eu viemos do punk, e já tivemos outra banda juntos inclusive.  Mas o Nei gosta muito de psychobilly, enquanto eu, confesso, não gosto de quase nada! Hahahahaha


5-Há dois anos atrasando por diversos motivos, o álbum Psychopunk'a'billyboogie finalmente está pronto. Será que sai esse ano?
RESP: A principal diferença desses anos pros anteriores é que esse ano temos mesmo o disco quase pronto, e antes era mentira mesmo! hahahahaAs gravações e a arte do disco estão fechadas já, só estamos fechando alguns detalhes para a prensagem e gráfica, pois o disco foi produzido em parceria com o estúdio Clínica, aqui de Curitiba. mas deve sim, sair este ano. Com jeitinho, ou na força mesmo! hahaha
6-E o que causou todo esse atraso?
Tanto para este quanto para todos os projetos anteriores para discos, somos sempre nós os culpados pelas coisas não andarem. Somos vagabundos pra caralho em relação a tudo que envolva a banda.De correr atrás de ensaios até esquemar camisetas e sei lá o que mais.Para este disco mesmo nós ficamos meses para finalizar as gravações, mas como agora a nossa parte está feita, acredito que a coisa ande.

7-E musicalmente o disco vai ter muita diferença do primeiro, A Date With Ovos?
Vai sim! Eu acredito que esteja mais porrada! Ele segue tendo uma pegada bem própria da banda, e está dividido entre músicas antigas e novas, mas sinto uma pegada mais pesada nele.E apesar de não ter sido gravado e produzido da maneira ideal, pois entramos em estúdio numa época em que não ensaiávamos havia meses, este disco está saindo com uma qualidade muito melhor que do anterior, e isso quem diz são os integrantes mais antigos, não eu! hahaha

8-Afirmaste há algum tempo que, com exceção dos grandes eventos, como Psycho Carnival e Psycho Fest, os shows de vocês em Curitiba não lotam. A que fator tu atibuis a existência de um público muito maior fora da sua própria cidade?
RESP: Eu penso em três fatores pra isso:
Tem a questão de que há algum tempo nós tocávamos quase todo fim de semana por aqui, e isso saturava um pouco as pessoas, até porque ficávamos sem tempo para ensaios e para preparar shows diferentes.

Outro problema é que não rolam muitas opções de locais para shows pequenos e médios por aqui. São uns poucos lugares e com estrutura precária, e isso complica muito a vida das bandas e público.

E fora isso tudo, Curitiba de fato não possui um grande público de psychobilly, existem vários simpatizantes, mas o público do psycho é relativamente pequeno. Com o ovos não sofremos tanto com isso porque nosso público costuma ser bastante diversificado.

9-Quais as lembranças do show de Porto Alegre?
Eu sou suspeito pra falar porque sempre gostei muito de Porto Alegre, e costumava visitar a cidade com certa frequência até. Mas enfim, era uma fase de adaptação ainda dessa nossa formação, mas lembro de estar puto porque eu não podia beber... hahaha
Lembro também de um público bastante diversificado, com psychos, punks, skins e mods, e uma energia do caralho!

Eu espero mesmo voltar logo pra Porto, e no inverno, de preferência! hahahaha

10-Serão muito bem recebidos. Agradecemos à banda por conversar conosco e deixamos o espaço pro recado final pros leitores.

RESP: Eu agradeço em nome da banda e digo que logo logo o disco novo sai e nós aparecemos por aí pra encher a cara com os camaradas!No mais, torcemos sempre pra galera correr junto pra fazermos as coisas acontecerem.Às vezes tem gente reclamando demais e esperando as coisas rolarem, mas porra, sujeito quer posar de independente e reclamar que não tem espaço na mídia, reclama que não rolam festivais, mas não ajuda a correr atrás de shows.
Enfim, o grande lance que vemos num meio independente é a chance de não depender dos outros e fazer as coisas da nossa maneira, isso exige um certo esforço às vezes, mas vale a pena sempre!
Bom, acho que é isso. Abraços!


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