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O nome da banda “Ovos Presley” surgiu em 1991 a partir de uma brincadeira despretensiosa de colégio, mas sua materialização como banda deu-se em 1993, com a intenção de tocar psychobilly, estilo que mistura rockabilly, punk rock e cultura de garagem em geral. O rockabilly foi considerado a versão mais agressiva que surgiu nos EUA na década de 50, já o movimento punk surgiu em Londres na década de 70 pós-mod (conhecido como moderno) como forma de contestação aos paradigmas sociais e protesto, usando o sarcasmo e a maneira de interpretação com atitudes diferenciadas e irreverentes. A união, ou melhor, a des-união proposital desses elementos criou ao redor do mundo em certas “cabeças pensantes” um sentimento anti-sistemático, anárquico, rebelde e revolucionário, do ponto de vista da sociedade em contraponto à arte.

O psychobilly é, segundo Regina Minini “a união do punk, rock e psicodélico”. Segundo o jornalista Rodrigo Duarte, a temática musical do psychobilly tem referências em “filmes de terror B, sexo, jogatina, carrões envenedados e discos voadores“.

Existe na sociedade contemporânea, especialmente em Curitiba, a imposição de certas regras de conduta e modos de consumo, que privilegiam a frieza nas relações inter-pessoais. O self em contraposição ao universo holístico e o embate entre a aparência e a realidade; que se contrapõe ao mundo dito “underground“, que vive à margem daquela sociedade, com seus clichês básicos de sexo, drogas e rock’n roll. Esses indivíduos, contrapostos aqueles “cidadãos” sugerem uma vida na marginalidade, à margem das consquistas sócio-econômico-culturai

A proposta da banda, tem por objetivo principal é mostrar aos curitibanos que na realidade não existem sociedades paralelas, somos todos parte de um todo, e sugerir uma maneira de se enfrentar esta mesma realidade, um novo modo de encarar a vida, com muita irreverência e bom humor, mas fazendo a diferença. Esta diferença consiste no aproveitamento da vida com uma boa dose de ficção, respeito às diferenças e às liberdades individuais. “Esses caras fazem Arte, e a arte é que nos salva da loucura.” (Pih Moraes, produtora de eventos, baseada em Ernesto Sabato, escritor e cientista argentino).

O trecho a seguir foi retirado do livro A [des] Construção da Música na Cultura Paranaense - Organizador Manoel J. de Souza Neto:

Cena Psychobilly: Os Anti-Heróis do Legítimo Underground/Autor: Rodrigo Juste Duarte

"Filho bastardo do rock'n'roll, o psychobilly (também conhecido simplesmente como psycho) teve suas origens na década de 1970, simultaneamente nos EUA, graças a banda The Cramps, e na Inglaterra, com a banda The Meteors, partindo da ambição de se fazer um tipo de música mais agressiva que os clássicos dos anos 1950 e menos básica que o punk. Em linhas gerais, o psycobilly resume-se na fusão de elementos punks com rocabilly. É marcado por uma bateria básica e despojada, uma guitarra rápida (muitas vezes semiacústica) que, vez ou outra, tem acordes de surf music, e baixo em alta velocidade - normalmente são gigantescos rabecões acústicos - tocado integralmente com slpas (técnica que consiste em bater e puxar as cordas ao mesmo tempo), dando um ar percussivo."

O visual é parecido ao dos rockabillys, fazendo uso dos mesmos elementos básicos como topetes enormes, costeletas, tatuagens, jaquetas de couros, coturnos, camisetas sem mangas de preferência com estampas de bandas psycho, filmes trash, monstros.

Curitiba tem uma longa história psychobilly, iniciada em 1986, ano em que surgiu a mais insana banda da cidade, não apenas do psycho, mas de todo o rock local: Missionários, com origens nitidamente punks. No final dos anos 80 surgiu Os Escroques, na virada dos anos 90 Estúpido Estupro e Dráculas Crápulas e os Cervejas.

Entre 1995 e 1997, a cena local começou a decair e "O psycho em Curitiba só não caiu no esquecimento graças ao Ovos Presley, banda surgida em 1994." conforme Rodrigo Duarte.

Após o surgimento dos Catalépticos e sua apresentação como atração na Big Rumble, o maior festival psychobilly da época, a banda ganhou notoriedade no cenário internacional e nacional. O que serviu de incentivo para a cena local, que viu seu público crescer, e hoje tem edições anuais de Festivais como o Psycho Carnival, realizado no período do Carnaval e o Psychobilly Fest que contam com nomes de artista locais, nacionais e internacionais.

O Psycho Carnival teve sua primeira edição em 2000, e o sucesso é verificado em sua bilheteria com mais de 5.000 pessoas nos período do feriado de Carnaval.

O Psychobilly Fest, o mais antigo Festival de Psycho de Curitiba, iniciou-se em 1996, sendo até sua 5ª edição organizado e produzido por Wallace Che Fontes, e da 6ª contou com mais produtores, entre eles Vlad Urban. Com mais de 10 edições e o público de aproximadamente 600 pessoas por dia.

Em ambos o público não é apenas de psychobillies, mas de apreciadores de outros estilos, inclusive de outras cidades brasileiras. A aceitação dos festivais é tamanha que já ganharam destaque em telejornais, como o programa “Fantástico“ (Programa da Rede Globo) e dentro da cena underground de Curitiba, o psychobilly é um exemplo bem estruturado e organizado, tornando-se referência nacional e internacional.

OVOS PRELEY valoriza a cena musical curitibana no cenário nacional, especialmente no tocante as novas tendências sonoras dos grupos ditos “bandas de garagem“. O OVOS faz parte do acervo cultural da cidade e reflete um estilo musical que perfaz o anseio de boa parte da população curitibana, especialmente o público consumidor de cultura, no tocante ao gosto musical. A banda hoje é considerada precursora do estilo musical no país e transformou o gênero, com seus power acordes de maneira simples, mas conclusiva, dando mais ênfase as letras e trabalhando a harmonia de forma percursiva e polirrítmica.

TEXTO E PESQUISA Priscila Santos e Rodrigo Estorillio.

Redação final: Priscila Santos.

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